domingo, 8 de junho de 2014

Musicoterapia




Na região próxima a Kahum, no Egito, foi descoberto em 1889 um papiro de aproximadamente 4500 anos que revelava a aplicação de um sistema de sons e de músicas, instrumentais ou vocais, para o tratamento de problemas emocionais e espirituais. Esse sistema incluía até mesmo, indicações para algumas doenças físicas. 



Os benefícios da música
Segundo os especialistas, a música harmônica pode provocar, nos seres humanos, oito tipos de efeito:
1. Antineurótico.
2. Antidistônico.
3. Anti-stress.
4. Sonífero e tranquilizante.

5. Regulador psicossomático. 
6. Analgésico e/ou anestésico. 
7. Equilibrador do sistema cardiovasculares.
8. Equilibrador do metabolismo profundo.
Para os estudiosos, a influência da música atinge diversos órgãos e sistemas do corpo humano: o cérebro, com suas estruturas especializadas, como o hipotálamo, a hipófise, o cerebelo; o córtex cerebral, o tálamo, o plexo solar, os pulmões, todo o sistema gastrintestinal, o sangue e o sistema circulatório (com ação vasoconstritora e vasodilatadora, agindo, portanto, na pressão sanguínea), a pele e as mucosas, os músculos e o sistema imunológico. Na Universidade de Michigan (EUA), médicos pesquisadores descobriram que o som da harpa alivia os clientes portadores de sintomas histéricos e que os solos de violino podem eliminar dores de cabeça e diminuir a enxaqueca. Utilizando apenas a musicoterapia, um dentista de Cambridge, Massachusets, realizou centenas de obturações e outro tanto de extrações sem precisar recorrer a anestésicos. Existem ainda referências - cirurgias - inclusive do coração - e partos, cujo único anestésico foi a musicoterapia. Um dos pioneiros no estudo da capacidade analgésica e anestésica da música, o Dr. E. Gall, localizou no cérebro humano, áreas capazes de gerar bloqueios aos estímulos dolorosos provenientes das vias nervosas aferentes.
 
O médico polonês Andrzes Janicki, especialista em musicoterapia, após realizar muitas experiências nesse campo, concluiu também positivamente a respeito da influência da música no sistema nervoso central, no sistema endócrino, no sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático), nas funções de numerosos órgãos internos, na função psíquica e na memória. Tais influências se revelam diretamente nos seguintes aspectos:
. ritmo cardíaco
· pressão arterial
· secreção do suco gástrico

 · tonicidade muscular
· equilíbrio térmico

.metabolismo geral
· volume do sangue
· redução do impacto dos estímulos sensoriais

 · funcionamento das glândulas sudoríparas
· redução da sugestionabilidade e do medo.


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O psiquiatra inglês Robert Schauffer aplicou técnicas de musicoterapia em manicômios para doentes mentais graves, com excelentes resultados. Ao perceber que os doentes reagiam de diversas maneiras às músicas habitualmente tocadas em seu consultório, Schauffer começou a estabelecer variações musicais, observando e acompanhando os efeitos dessas mudanças nos clientes. Notou, por exemplo, que a música desarmônica e dissonante produzia agitação e despertava sentimentos negativos como medo e ódio. Observou também que os tons graves provocavam depressão e que músicas de ritmo bem marcado, como o samba ou o jazz, geravam em certos clientes um estado de agitação ou de dispersão mental. Já a música leve, suave e melodiosa criava um ambiente de serenidade, favorecendo a digestão, regulando a circulação sanguínea e equilibrando o metabolismo. O Dr. Schauffer começou, então, a utilizar sistematicamente uma série de peças de música erudita, e acabou por desenvolver urna bem sucedida técnica de musicoterapia. Utilizando apenas a música e evitando as drogas psiquiátricas, obteve resultados excelentes, inclusive a cura de vários casos considerados difíceis. As indicações abaixo se baseiam nas observações e conclusões desse trabalho.
· Esgotamento físico: O Rio Moldava, de Smetana; peças de Grieg. 
· Esgotamento nervoso: Prelúdio do Carnaval, de Dvorák.
· Depressão com manias: A Cavalgada das Valquírias, de Wagner.

 · Insônia: obras de Chopin.
· Tristeza: concertos de Dvorák; obras de Beethoven.
· No combate à inveja: Prelúdio dos Mestres Cantores, de Wagner.
· No combate à preguiça: valsas, polcas e mazurcas.
· No tratamento da loucura com fúria: Coro dos Peregrinos, do Tannhauser, de Wagner. 

· No combate ao alcoolismo: Obras de Bach. 


Com base na experiência do Centro de Pesquisas e Aplicações Psicomusicais, o efeito de determinadas músicas sobre clientes com doenças nervosas foi dividido em quatro grandes grupos:

Efeito relaxante
Hino ao Sol, de Rimskyskorsakov Sonho de Amor, de Liszt
O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky Fantasia e Fuga em Sol Menor, de Bach Serenata, de Schubert

Largo, do Xerxes, de Haendel.
Efeito tonificante
Abertura da Aída, de Verdi
Sinfonia N.° 5, de Dvorák
A Grande Marcha, do Tannhauser, de Wagner Judeus, da ópera
Fausto, de Gounod.
Efeito de tranquilidade profunda
Ave Maria, de Schubert
Rêverie, de Schumann
Canção da Índia, de Rimskykorsakov Suíte em Ré Maior, de Bach.

Efeito de exaltação e estimulação
Serenata, de Toselli
Adagio, de Albinoni
Daphnis et Chloé, de Ravel
As Criaturas de Prometeu, de Beethoven

Réquiem, Opus 48 de Fauré (parte final). 

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